
A ocupação de terra no sul do Brasil
De acordo com a Bula "Inter Coetera" do Papa Alexandre VI em 1493 as terras descobertas ou que se descobrissem a partir de um meridiano distante 100 léguas (420km) a ocidente de qualquer das ilhas de Açores e Cabo Verde pertenceriam à Espanha.
Com o Tratado de Tordesilhas (1494) coube a Portugal as terras situadas ao leste da linha imaginária que demarcava 370 léguas (1770 km) a oeste das ilhas de Cabo Verde, e a Castela as terras que ficassem além dessa linha.
Com a vigência desses tratados o sul do Brasil pertencia a Espanha.
As divergências começaram com o descobrimento de novas ilhas no arquipélago de Cabo Verde. No entendimento espanhol esta linha passava na barra do Airiri em Cananeia-SP e na versão Portuguesa, em Laguna-SC.
Após dois séculos de ocupação e colonização pelos espanhóis na Republica del Guaíra, atual estado do Paraná, invadido e saqueado pelos Bandeirantes Paulistas, a Espanha cede o território até a Colonia do Sacramento no Uruguai com o Tratado de Madri em 1750.
Motivos que incentivaram a imigração
Até o início do Século XVIII, somente os portugueses eram autorizados a se fixarem na Colônia. Após a chegada da Corte em 1808, foi realizada uma política imigratória apoiada por D. João com legislação específica.
A grosso modo alguns foram os principais motivos que incentivaram a imigração.
Do lado brasileiro, a ocupação e colonização do território, a necessidade de suprir a mão de obra escrava, promover a agricultura de abastecimento e fornecer trabalhadores para a construção de grandes obras públicas.
Do lado europeu, principalmente a Alemanha, Itália e Polônia, passaram naquele século por crises econômicas, agrárias e constantes guerras, em diversas partes do território, formando um grande contingente de emigrantes.
No caso específico da Província do Paraná, emancipada somente em 1853, foi concedido estímulos à posse de terras em conjunto com o governo imperial.
O primeiro presidente da Província, Zacarias de Góes e Vasconcelos (1853-1855) via como problemática inicial da administração: “povoar esse território de duzentos mil quilômetros quadrados” e sancionou leis para promover a imigração de estrangeiros para esta província .
Mas foi na gestão de Adolfo Lamenha Lins que a colonização do Paraná ganha um grande impulso. Com um novo sistema de colonização, diferentemente dos modelos já organizados na província e até mesmo no Brasil. Seus princípios baseavam-se em:
- Dizer a verdade ao imigrante sobre a nova pátria que vem procurar e, em vez de poéticas descrições e exageradas promessas,
- Facilitar-lhe o transporte, evitando que o imigrante sofra privações e mau tratamento até o termino de sua viagem,
- Dividir bons lotes de terras nas vizinhanças dos centros populosos e fazê-los comunicáveis por estradas de rodagens.
- Fazer o colono aderir à terra que habita, pelo direito de propriedade, facilitando-lhe a aquisição dela.
- Evitar que o imigrante, ao chegar, sofra vexames que lhe abatam o animo, aos seus primeiros passos em regiões desconhecidas.
- Estabelecer bem o colono, com todos os favores prometidos, e depois libertá-lo de qualquer tutela, deixando-o sobre si, e entregue ao desenvolvimento de sua própria iniciativa.
A esse sistema deu-se o nome de Linismo.
No relativamente curto período de sua gestão frente ao governo da Província do Paraná, fundou as colônias de Santa Cândida, Orleans, Dom Pedro, Dom Augusto, Tomás Coelho, Lamenha Grande, Lamenha Pequena, Santo Inácio e Riviere. Criando o "cinturão verde" para o abastecimento de Curitiba.
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